quinta-feira, 15 de agosto de 2013

TRABALHO 4 - aula 10 (a Monarquia romana)

Questão: O texto de Tito Lívio tem dois grandes temas, a grandeza de Roma e a dificuldade do historiador de recompor o passado. Explique-os a partir da análise crítica do texto abaixo.

Tito Lívio, Ab urbe condita, I, 55

Depois de conquistar Gábios, Tarquínio fez um tratado de paz com os équos e renovou o tratado com os etruscos. Dedicou-se então às obras da cidade. A primeira foi um templo a Júpiter no monte Tarpeio, destinado a imortalizar-lhe o reinado e o nome dos dois reis Tarquínios: o pai havia prometido e o filho havia construído.

Para desimpedir a área de quaisquer outros cultos e reservá-la inteiramente a Júpiter e ao templo que lhe ia construir, Tarquínio resolveu privar de seu caráter sagrado alguns santuários e capelas que o rei Tácio havia prometido aos deuses no auge do combate contra Rômulo, e que havia consagrado e inaugurado naquele local um pouco mais tarde.

No início dos trabalhos da construção do templo, conta-se que os deuses deram um sinal para anunciar a grandeza deste imenso império. As aves permitiram a profanação de todas as capelas com exceção do santuário do deus Término. O fato de que o deus Término não devesse mudar de local e fosse o único dos deuses a não se deixar retirar de seu sítio consagrado foi tomado como um presságio e um augúrio, e interpretado como um sinal de solidez e da estabilidade de toda a nação. Esse presságio sobre a perenidade do Estado foi seguido de outro prodígio que anunciava a grandeza do império. Ao serem lançadas as fundações do templo, dizem que foi encontrada uma cabeça humana com o rosto intacto. Essa descoberta anunciava, sem dúvida alguma, que aquele local estava destinado a ser a cidadela do império e a capital do mundo. Assim profetizaram os vates, tanto os de Roma como os que foram convocados da Etrúria para interpretar o prodígio.

Todos esses fatos levaram o rei a aumentar as despesas. Assim, o produto dos despojos e Pomécia, reservado para a construção de todo o templo, quase não foi suficiente para os alicerces. Por esse motivo, prefiro acreditar em Fábio, historiador mais antigo, que consigna quarenta talentos, do que em Pisão, que se refere a quarenta mil libras de prata reservadas para aquela obra. Seria uma soma enorme que não se poderia esperar naquela época da pilhagem de uma única cidade, e mais do que suficiente para as fundações de qualquer edifício, mesmo com a nossa magnificência moderna.

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